Notícias

Qual a importância de usar materiais reciclados no design de interiores?

Coordenadora do curso técnico explica a evolução na qualidade dos produtos reciclados e destaca as tendências para 2024

O levantamento anual realizado pelo Banco de Dados do Anuário da Reciclagem divulgou que em 2022 foram coletados 421,7 mil toneladas de materiais que foram reutilizados. A quantidade recolhida contribui com redução da emissão de 282,4 mil toneladas de CO2, além de proporcionar peças personalizadas para decoração de residências e salas comerciais.

Contudo, esse número ainda precisa aumentar, já que os itens mais reciclados são o metal (51%) e o plástico (40%), demonstrando que ainda há espaço para a reutilização de muitos itens que podem contribuir positivamente para a diminuição do impacto no meio ambiente e na sociedade.

Nesse sentido, vários setores produtivos estão pesquisando e buscando soluções sustentáveis que reduzam o volume de resíduos sólidos, seja por meio da reciclagem ou técnicas como o upcycling (transforma uma peça em outra totalmente diferente).

A coordenadora do curso técnico em Design de Interiores do Senac EAD, Ana Noronha, esclarece que os elementos com aspecto ‘vintage’ (antigos) aumentaram significativamente na preferência das pessoas em áreas internas e externas de decoração.

“Espaços elaborados com essa técnica transmitem sentimentos e reações em quem utiliza ou passa pelo ambiente. Portanto, incluir um mobiliário ou elementos de decoração que contenham um registro da passagem do tempo, é contar uma história, é inserir sensações no ambiente projetado”, argumenta.

Materiais para diferentes ambientes

Ana explica que, na atualidade, essa preocupação não é necessária, já que as empresas fabricantes estão investindo em tecnologia e maquinário para desenvolver produtos que estejam alinhados aos padrões de sustentabilidade.

“Não há fatores limitantes para o uso de materiais reciclados em ambientes residenciais ou comerciais, afinal as indústrias perceberam que o consumidor final está mais consciente e exigente. A estética, sim, ainda é um fator importante, no entanto, o material proveniente de reaproveitamento é reconhecido e até mesmo premiado em feiras do setor”, declara.

Como exemplo prático, a educadora cita uma indústria de revestimento que apresentou uma linha de revestimentos cerâmicos no evento Expor Revestir 2023. A inovação do fabricante foi empregar resíduos de tecidos jeans – lembrando que o setor têxtil é um dos mais poluentes do mundo – acrescentando outros materiais.

“O resultado foi uma peça de revestimento chamada Índigo, no formato 7 X 7 centímetros. Além de ser um revestimento lindo e cheio de estilo, é um produto com alto valor agregado, em razão da sustentabilidade aplicada”.

Crédito da Imagem:Olaria Lepri

Ana lembra ainda que outros materiais estão se destacando no Brasil: “com a valorização do Design Biofílico, os elementos naturais ganharam força na arquitetura e no design. Técnicas de paisagismo que valorizam as plantas nativas, por exemplo, são mais fáceis de cuidar e manter, pois estão em seus biomas de origem, exigindo menos manutenção”, complementa.

Em qual situação o material reciclado é mais prático de ser aplicado?

A representante do Senac EAD usa como exemplo, a reforma e o retrofit, que permitem manter a arquitetura e as peças originais da edificação, além de utilizar materiais reciclados.

“Em uma reforma ou retrofit, podemos manter a arquitetura e peças originais da edificação, o que também denota uma ação sustentável. E ainda utilizar técnicas e materiais reciclados. Agora, quando falamos de arquitetura, podemos definir desde o projeto da edificação com uma construção mais limpa, menos poluente, utilizando sistemas construtivos que reaproveitam materiais. As casas contêineres são um grande exemplo de reutilização desde a construção”, acrescenta.

Outro ponto analisado pela educadora é sobre os fabricantes que produzem materiais sustentáveis, usando tecnologia de ponta para evitar a aparência de reuso ou reciclagem. “Investimentos de qualidade podem elevar o custo de produtos sustentáveis, mas é uma realidade que vai mudar, na medida em que a valorização e demanda por esse mercado crescer. Lembrando que os consumidores estão mais conscientes e preocupados com as questões ambientais”.

Crédito da Imagem: Freepik

Quando o barato pode sair caro

Ninguém melhor do que um designer de interiores para realizar o levantamento das demandas e filtrar as informações, criando uma especificação adequada para uma reforma, e aplicando técnicas de sustentabilidade, que vão desde o uso de materiais até a melhoria de eficiência energética dos espaços. Por isso, é importante ter a consultoria de um designer de interiores que tem conhecimento técnico para avaliar o material, seja de revestimento ou mobiliário.

“Colocando os custos na ponta do lápis, contratar um designer de interiores representa uma economia significativa, evitando desperdício financeiro com produtos inadequados ou instalações mal executadas”, adverte.

Por último, Ana elenca as tendência de materiais que em 2024 serão valorizados pelos fabricantes, e com uma boa dose de tecnologia e inovação, passarão do lixo ao luxo, confira:

  • Decks e pergolados de madeira plástica, oriundos de garrafa pet;
  • Retalhos de tecido que viram revestimento de parede;
  • Pisos laminados lindos feitos à base de bambu;
  • Rodapés e painéis ripados feitos com embalagens de comida.

Como foi possível observar, a carreira de Design de Interiores é fascinante e estimula o profissional a estudar e conhecer materiais que podem contribuir para um mundo melhor, conservando os recursos naturais.

As inscrições para a próxima turma do curso técnico em Design de Interiores serão abertas entre 26 de julho e 21 de agosto. Confira os detalhes do curso e inicie já os seus estudos.

Sobre o Senac EAD

Com 77 anos de atuação em educação profissional, o Senac foi pioneiro no ensino a distância no Brasil. A primeira experiência nessa modalidade se deu em 1947 com a Universidade do Ar, em parceria com o Sesc, que ministrava cursos por meio do rádio.

A partir de 2013, com o lançamento do portal Senac EAD, a instituição ampliou a sua atuação em todo o país. Hoje, oferece um amplo portfólio de cursos livres, técnicos, de graduação, pós-graduação e extensão a distância, atendendo todo o Brasil e apoiados por mais de 380 polos presenciais para avaliações. Acesse aqui a programação completa de cursos do Senac EAD.

Fonte: Da Redação/Assessoria/Senac EAD

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *