“Corumbá abre as portas”, inclusive, do conhecimento. O slogan do 17º Festival América do Sul (FAS 2023) reflete bem o espírito do evento, que acontece de 9 a 12 de novembro, em Corumbá. Além de muita dança, teatro, música e outras artes, o FAS 2023 também é história e ensino, com a realização de oficinas como a de Educação Patrimonial, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (9), na Escola Municipal Cyríaco Félix Toledo.
Entre os exercícios lúdicos durante a oficina, foi proposto aos participantes sugerir novas funcionalidades para o conjunto arquitetônico, de estilos variados, conhecido como Casario do Porto, e que contempla edificações que datam do início do século 19, à beira do rio Paraguai.
Cerca de 30 alunos do oitavo ano do ensino fundamental, entre 12 e 15 anos de idade, trouxeram as majestosas construções para o presente e futuro, introduzindo aplicabilidades dentro do contexto da vida moderna.
Os antigos e sólidos casarões acumularam, no passado, as funções de armazéns, depósitos de peles, escritórios, casas bancárias, consulados, entre outras. Nesta época, a população era de aproximadamente 10 mil habitantes, sendo quase metade composta por imigrantes, em sua maioria, negociantes e empresários.
A arte educadora Vanessa Basso, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, e que ministrou a oficina, explica que a proposta é preservar os bens materiais, imateriais e naturais na região da cidade de Corumbá. “Esta conscientização é muito importante porque são as crianças e adolescentes que vão reproduzir durante a vida e dentro da comunidade que o patrimônio cultural é aquilo que nos representa, que conta a nossa história, características da comunidade e da memória cultural”, garante.
Para a educadora, preservar esses bens é valorizar a vivência humana. É a primeira vez que a oficina acontece durante o Festival.
O jovem Nathã Costa Dias do Nascimento, de 15 anos, revelou que incluiria, na sua proposta para nova funcionalidade dos casarios, um projeto de museu para relembrar a história da cidade e da Guerra do Paraguai. “O Festival ainda proporciona conhecer novas culturas dos nossos vizinhos latinos”, acrescentou o estudante.
Para a diretora da Escola, Lucimari Sara das Neves, a iniciativa da oficina incentiva os alunos a pensarem. “O Festival é encantador, a cultura é enriquecedora. Muitos alunos não teriam a chance de assistir fora da cidade shows e outras atrações e de forma gratuita”, comentou.
Começa nesta quinta-feira
Com foco na sustentabilidade e na integração entre os países, o Festival América do Sul começa nesta quinta-feira (9) com atrações culturais regionais, nacionais e internacionais. Evento que já é tradicional no Estado tem Corumbá como sua cidade anfitriã para levar cultura e fomentar a história de vários povos.
Ao todo são 120 atrações culturais do Brasil e de outros países, incluindo apresentações musicais, de teatro, circo, dança, artes visuais. Realizado no Pantanal Sul-Mato-Grossense, um dos biomas mais importantes do mundo, o Festival terá apresentações de artistas consagrados como Amado Batista, Neguinho da Beija-Flor, Criolo e Frejat.
Neste primeiro dia de atrações já vão ocorrer vários eventos como oficinas, contações de histórias, Tenda dos Saberes (espaço para cultura indígena e quilombola para venda de artesanatos e pratos tradicionais), apresentação do espetáculo “Etnicidades” do Grupo Mahila de Campo Grande, entre outros.
A abertura do Festival será às 19h30 na Praça Generoso, em Corumbá, com a participação do governador Eduardo Riedel. O primeiro show será de Nestor Ló e Los Caminantes e depois do cantor sertanejo Amado Batista, que é a atração principal da noite. O show está previsto para começar às 21h30. A cantora Rita Benneditto fecha a noite com apresentação no Palco do Porto, a partir das 23 horas.
O evento segue até domingo (12). A expectativa de público é de 140 mil pessoas nos quatro dias. O evento vai enfatizar ainda o recolhimento de resíduos, estimulando práticas sustentáveis.
Para o governador Eduardo Riedel, o Festival é muito importante para cultura e economia de Corumbá. Ainda lembrou que a concretização da rota bioceânica tem aproximado cada vez mais os países sul-americanos. “Estamos vivendo um momento muito forte de integração por conta da Rota Bioceânica e a cultura tem um papel fundamental”.
Fonte: Da Redação/Governo de MS/Fotos: Bruno Rezende