Segundo a arquiteta Natália de Souza, ela vai muito além da combinação com as referências do décor: a cortina valoriza o décor, reflete a autenticidade dos moradores e, em questões práticas, preserva a privacidade e regula as questões de conforto térmico e entrada de luz natural
Provavelmente você já ouviu que as cortinas ‘vestem as paredes’. A afirmação é verdadeira e não é de hoje: registros históricos datam a presença do elemento decorativo desde a antiguidade, quando recobriam janelas para prover proteção e privacidade às pessoas.
Desde então, com os diversos estilos que sempre atribuíram beleza, as cortinas nunca deixaram de fazer parte dos projetos de interiores. “Elas são elementos que, quando bem escolhidos, transformam a percepção do ambiente. Além de adornar as paredes, sua presença unifica toda a composição dos espaços. Eu as considero fundamentais”, afirma a arquiteta Natália de Souza, à frente do escritório ResiliArt Arquitetura.

Justamente por não ser um ‘mero’ acessório, as cortinas cumprem múltiplas funções, sempre agregando sofisticação – claro, quando bem escolhidas. “A definição do modelo ideal leva em conta a rotina, os gostos e as reais necessidades de quem vive no espaço”, avalia a profissional.
Acompanhe os pontos levantados por Natália:
Estilo, tecido e funcionalidade andam juntos

Em projetos propostas mais cleans, a arquiteta ressalta a importância de eleger tecidos leves, tonalidades neutras e acessórios discretos. “Principalmente em ambientes pequenos, é preferível optar por cores mais claras e próximas à utilizada na parede para evitar contrastes que possam ‘dividir’ visualmente. O intuito é sempre manter a unicidade entre os componentes da decoração para atingirmos a esperada percepção de amplitude”, detalha.
Por outro lado, o décor mais clássico dialoga com cortinas mais encorpadas, com pregas marcadas e até xales laterais decorativos, resultando em um ambiente mais elegante e atemporal. A especialista adverte sobre os modismos passageiros, uma vez que a cortina é um item que, por sua durabilidade, não é algo a ser trocado com frequência.

Ademais, ela pontua que é preciso considerar fatores como o nível de escurecimento desejado e as possibilidades físicas do local onde a cortina será instalada, uma vez que as cortinas também cumprem a responsabilidade de proteger os móveis do contato direto com o sol, além de propiciar conforto visual.
Iluminação e conforto térmico em equilíbrio

Embora a entrada de luz seja essencial para a vida humana em suas moradas, isso não quer dizer que a cortina é um mero adereço. Pelo contrário: além de manter a integridade daquilo que compõe o espaço, ela é primordial para o conforto térmico do morador. Como arquiteta, ela destaca que é preciso entender sobre o comportamento do sol – seja matutino ou vespertino. “Em um dormitório que recebe o sol na parte da tarde, a tendência é que em dias de temperaturas elevadas o ambiente ainda esteja quente em função do calor que ficou retido na parede externa”, explica. “Dessa forma, a cortina ajuda na missão de controlar a temperatura interna”, complementa.
Nesse caso, o uso de tecidos blackout, com 70% a 100% de bloqueio da luz, é benéfico tanto para resguardar o gradiente, como para ajudar o morador mais sensível à luz. “É bastante normal encontrarmos clientes que se incomodam com a claridade noturna, tanto proveniente da iluminação das cidades, como para quem deseja acordar mais tarde em um final de semana”, descreve Natália.
Medidas ideais, manutenção e dicas de durabilidade

No que diz respeito às medidas, não há uma regra fixa, mas alguns parâmetros tornam a cortina muito mais refinada. Sobre a altura, a orientação é que o tecido acompanhe o pé-direito do piso ao teto para que não transpareça a impressão de que ficou ‘curta’ ou que ‘encolheu’. “Esse olhar é bem difícil de evitar, mas não quer dizer que a cortina precisa se arrastar pelo chão como um véu de noiva clássico”, exemplifica a arquiteta. De acordo com ela, o cálculo é para que ela esteja alinhada com o piso e, ocultada ou não por um cortineiro, o visual se torna muito mais coeso quando a instalação começa desde o teto.
Sobre a largura, Natália é enfática ao afirmar que a cortina não deve ficar esticada na parede, pois a beleza está em admirar a leveza dos franzidos formados pelo tecido. “O cálculo se baseia em estimar o dobro da largura da parede para cada lado dela”, orienta.

E sobre a higienização das cortinas?

Levando em consideração que não se trata de uma peça a ser lavada com a mesma frequência que um enxoval de cama, por exemplo, existem maneiras que o morador pode manter a sua beleza, bem como a sua saúde. Para evitar o acúmulo de pó – que interfere na cor do tecido e que se torna sensível para pessoas com problemas alérgicos –, a arquiteta indica a frequência do uso de um aspirador ou o emprego de um pano levemente umedecido para a remoção de poeiras.
Entretanto, esses cuidados não eximem de lavagens com uma frequência que considere a localização e o tipo de tecido. “Mas não recomendo a proatividade de simplesmente retirá-las e colocar na máquina, uma vez que cada tecido reserva sua especificidade. É preciso conhecer as características para executar o procedimento que contribuirá para sua longevidade”, finaliza Natália.
Sobre ResiliArt Arquitetura
Uma equipe de arquitetos que contempla a integração entre o espaço e o indivíduo. Por meio de soluções customizadas, desenvolvem projetos a partir do diálogo e da tradução das aspirações dos clientes. Dessa maneira, exploram opções de layout que se materializam em ambientes atemporais, ao combinar tendências, personalidade e tecnologia. Os projetos podem ser concebidos e conduzidos do início ao fim pela equipe de arquitetos, desde a obra até o enxoval, com a missão de garantir comodidade, eficiência e confiança aos clientes.
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Da Redação/Assessoria/ResiliArt