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Estudo da Duratex mostra que ‘desconexão’ e ‘acolhimento’ são os sentimentos mais buscados pelos brasileiros em casa

Levantamento anual de tendências e comportamento do consumidor, apresentado no Design Hub da Casa Dexco, em São Paulo, revela desejos emocionais que guiarão o design nos próximos anos

Quais sensações os brasileiros mais desejam sentir dentro de casa? Um estudo da Duratex aponta que desconexão, acolhimento e identificação pessoal estão entre os sentimentos mais buscados por quem constrói ou reforma seu lar. A pesquisa vai além da estética e mostra que o design de interiores está cada vez mais ligado a bem-estar, propósito e experiências significativas.

Living assinado por João Panaggio para a mostra Viver Ambientes, na Casa Dexco, que convida à desconexão e à contemplação (Créditos: Rafa Renzo)

O levantamento, fruto de um mapeamento anual de tendências globais e locais feito pela Duratex, foi apresentado no Design Hub da Casa Dexco, em São Paulo, em parceria com a Schattdecor. reunindo profissionais de arquitetura, design e decoração. A pesquisa projetou comportamentos que devem se consolidar nos próximos dois a três anos e impactar diretamente o desenvolvimento de novos produtos para o setor moveleiro e de interiores.

Ambiente assinado por Duda Senna para a mostra Viver Ambientes, na Casa Dexco, que trabalha a identificação por meio da memória afetiva (Créditos: Rafa Renzo)

Entre os sentimentos identificados, três se sobressaem: “Fuga ao Tempo”, a necessidade de pausas e respiros em meio à vida acelerada; “Ócio Criativo”, ligado ao potencial das pausas para gerar novas ideias; e “Confiança Empática”, que traduz a busca por relações e ambientes em que seja possível confiar.

O estudo também mapeou três perfis predominantes do consumidor: Comunitários – voltados à conexão e ao fortalecimento de laços; Diligentes – otimistas sobre o futuro e impulsionadores de mudanças e Pioneiros – abertos a novas formas de viver e adaptar-se a realidades emergentes.

Impacto no design e nos espaços

Esses perfis e sentimentos se manifestam em tendências que já começam a moldar os interiores:

Espaços acolhedores/cavernosos: ambientes introspectivos que estimulam o autoconhecimento;

Feito para durar: produtos de longa vida útil, com apelo estético e funcional;

Busca por identificação: conexão com valores pessoais e comunitários;

Revisitando o passado: releitura de materiais e conceitos com novas tecnologias;

Experiências plenas: integração entre físico e digital, incluindo vivências no metaverso.

Sala de banho assinada pelo Studio Garoa para a mostra Viver Ambientes, na Casa Dexco, com ares de refúgio que induz ao relaxamento (Créditos: Rafa Renzo)

Para Carla Colpas, coordenadora de Produtos e Especificação da Duratex — maior produtora de painéis de madeira industrializada do Hemisfério Sul, — o estudo reforça a importância de projetar ambientes que conversem com as emoções das pessoas. “Quando entendemos o que move o consumidor — seus anseios, suas inseguranças e suas inspirações — conseguimos criar soluções que não apenas atendem a uma necessidade funcional, mas que também despertam sentimentos e memórias”, explica.

Já Elisa Toazza, gerente Executivo de Design, Marketing e Produto da Schattdecor —empresa global especializada em impressão de papéis decorativos e superfícies para a indústria moveleira e de interiores, ressalta a valorização da personalização. “A casa tornou-se uma extensão da identidade. Hoje, o consumidor quer ver refletido no espaço aquilo que ele é e acredita, seja por meio da escolha de materiais, do layout ou dos elementos de decoração”, afirma.

Global x Local

O levantamento também revela como inspirações globais, como o design apresentado em Milão, se combinam com elementos locais, como a brasilidade. Se de um lado tendências internacionais apontam para a valorização do tempo, da história e de materiais naturais, de outro, o Brasil ressignifica essas ideias com elementos culturais e madeiras nativas, como o Freijó — um exemplo de como o olhar para o próprio território pode gerar soluções com identidade única e apelo global.

O estudo conclui que o lar do futuro será construído a partir de três pilares: prioridade estabelecida – foco em qualidade de vida e conexões reais; imaginação desbloqueada – personalização apoiada pela tecnologia, e design universal – versatilidade e acessibilidade. Mais do que tendências, trata-se de um novo paradigma: viver com intenção.

Da Redação/Assessoria/Duratex

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