Você sabe quantos carros um empreendimento residencial coloca na rua? Diminuir o número de vagas de garagem ajuda a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera
Segundo a Constituição Brasileira, a Mobilidade Urbana é uma responsabilidade da União, ou seja, do poder público. Nas cidades, as prefeituras devem garantir a facilidade de ir e vir de seus habitantes. No entanto, essa deveria ser uma responsabilidade coletiva e as Construtoras e Incorporadoras, que têm um papel central na construção das cidades, também precisam garantir a qualidade de vida e bem-estar, não só dos moradores, mas de todo o entorno de seus empreendimentos.
“Projetos da iniciativa privada também impactam o trânsito local, portanto qualquer empreendimento deve levar em consideração seu entorno para minimizar impactos e até solucionar problemas pré-existentes, contribuindo com a mobilidade urbana”, afirma Zé Lobo, diretor da organização Transporte Ativo.
Segundo dados do IPPUC 2020, a média de vagas nos apartamentos do bairro Batel, em Curitiba, é de 3,2 por apartamento. Visto que foram lançadas 1.152 unidades habitacionais no Bairro, nos últimos três anos conclui-se que as construções guardam 3.686 carros, que também devem circular nas ruas da cidade. Além disso, 72% dos gases causadores do efeito estufa em Curitiba e RMC é resultado da queima de combustíveis de veículos.
No MOVA.WF, segundo empreendimento da Weefor que será lançado em 2024 no Batel, serão duas vagas de garagem por apartamento, se todos os lançamentos do bairro seguissem esse padrão, seriam 37,5% menos carros nas ruas, reduzindo a emissão de gases poluentes ao estimular o uso de bicicletas. O residencial também vai ter um bicicletário em localização privilegiada nas áreas comuns do empreendimento. Essa iniciativa surgiu como resultado de um grupo focal com ciclistas e cicloativistas de Curitiba. “São micro atitudes que podem impactar e transformar o meio urbano”, garante a CEO da Weefor, Maria Eugênia Fornea.
Mais da metade dos deslocamentos no ambiente urbano são de até 6km, um quarto é de até 1km, distâncias facilmente percorridas a pé ou de bicicleta. “Para que isso se torne normal, bastam calçadas e infraestrutura cicloviária decentes, bem pensadas e de qualidade, que sejam convidativas e permitam ao cidadão se sentir seguro ao se deslocar por ali. Desafogar o trânsito evitando viagens curtas motorizadas com certeza terá um grande impacto na mobilidade urbana, seja naquela localidade, no bairro e até na cidade. Caminhar e pedalar, podem cobrir mais de 60% das viagens urbanas, além de contribuir com a saúde e qualidade de vida do cidadão”, garante Lobo.
Projeto Movimenta
Para estimular o uso da bicicleta no perímetro urbano, não só dos moradores, mas de todo entorno, garantindo um impacto mais profundo na Mobilidade Urbana e na sustentabilidade local, foi criado o Projeto Movimenta, que consiste na doação de bicicletários para os principais terminais das cidades da Região Metropolitana de Curitiba, permitindo um espaço seguro e exclusivo para os ciclistas, incentivando o uso do modal e atraindo novos usuários ao sistema.
O projeto visa difundir o ciclismo como alternativa para uma vida mais saudável, estabelecer relações entre o uso da bicicleta e o trânsito e diminuir o tempo de locomoção da população. O Instituto WF é responsável pela execução do projeto, financiado por uma porcentagem do VGV das vendas do MOVA e com a colaboração de parceiros da iniciativa pública a privada.
“Estados e municípios são os atores, com o poder de mudanças nas áreas públicas, é essencial que estes estejam atentos e a par das necessidades de melhorias e mudanças, o que nem sempre acontece. Cabe então aos outros atores, como a sociedade civil, cidadãos e empresas o papel de alimentar o poder público com soluções numa tentativa de complementar e qualificar o trabalho do estado”, conclui Lobo.
Instituto WF
O Instituto WF tem como missão reduzir a desigualdade nas cidades, promovendo projetos de impacto que combinam conhecimento técnico e responsabilidade social. Reconhecendo que cada comunidade é única e, portanto, é necessário adaptar seus projetos às demandas locais. O instituto busca escala na captação de recursos, com parcerias no terceiro setor para criar soluções personalizadas. Sua equipe tem ampla experiência em projetos sociais urbanos e trabalhando para unir aqueles que constroem a cidade em prol de uma transformação positiva.
Fonte: Da Redação/Assessoria