Integrante da equipe de fiscalização da Câmara Técnica de Energia da Agência Estadual de Regulação (AGEMS), o engenheiro Paulo Ajeje retorna do maior evento mundial sobre prevenção de incêndios florestais trazendo na bagagem conhecimentos das melhores práticas e as mais modernas tecnologias sobre o enfrentamento a ocorrências que ameaçam o ecossistema e a biodiversidade.
Os contatos, troca de informações e de experiências servirão de subsídio na elaboração do Plano de Gerenciamento de Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul.
Realizado ao longo desta semana na cidade de Monterey, na Califórnia (EUA), o 10º Congresso Internacional de Ecologia e Gestão do Fogo reuniu mais de 800 pesquisadores, gestores, estudantes e profissionais de dezenas de países, que compartilharam conhecimento e experiências em mais de 500 apresentações.
“Temos o desafio de construir o plano de gerenciamento, com o objetivo principal da implantação do controle e o ordenamento da expansão das floretas de eucaliptos no Estado. É um instrumento que visa prevenir incêndios de grandes proporções e atenuar consequências indesejáveis e desastrosas”, conta Ajeje. “As discussões no Congresso revelaram o quanto é importante desenvolver a tecnologia como ferramenta para enfrentamento a esse tipo de ocorrência e, ao mesmo tempo, aproveitar o conhecimento das comunidades locais”.
Inovações tecnológicas
Os incêndios florestais ameaçam a biodiversidade e agravam as mudanças climáticas com a liberação de gases de efeito estufa na atmosfera.
Experiências de países como Estados Unidos, Canadá e Austrália mostram que comunidades nativas são importantes aliadas no uso controlado e monitorado do fogo de forma preventiva a grandes incêndios. Na outra ponta, as modernas tecnologias e as redes sociais se tornaram indispensáveis.
É o caso da plataforma on line Mentimeter (MENTI.COM) e do aplicativo WHOVA APP, utilizados durante o congresso, e que serviram não apenas para agilizar a troca de informações na conferência, como posteriormente, com o armazenamento de uma série de informações interativas.
Plataformas como Twitter, Facebook, Instagram e outras deixaram de ser apenas diversão e podem ser instrumentos a favor dos programas de segurança, desde que, conforme debatido pelos especialistas, se consiga vencer o desafio das narrativas incoerentes provocadas pelo grande volume de informações e melhorar a resposta durante um incidente.
Prevenir e mitigar
Participando de grupos de discussão, workshops e apresentações, o representante da AGEMS traz do Congresso um panorama internacional sobre o estado atual da gestão e das soluções estratégicas de redução de riscos de incêndios florestais.
Seja a partir da experiência de Portugal, onde incêndios entre 2017 e 2022 afetaram mais de 500 empresas gerando perdas superiores a 300 milhões de euros, seja conhecendo o número crescente de ocorrências de fogo na Califórnia, que sobrecarregam a preparação da comunidade e os planos de evacuação, os especialistas concluem que é preciso trabalhar para prevenir e para atenuar riscos e impactos.
“Em qualquer lugar do mundo, é de suma importância promover medidas e comportamentos de prevenção das empresas e de cada cidadão, individualmente. Em Mato Grosso do Sul nós já temos essa preocupação, tanto que a AGEMS tem um estudo de caso, feito em áreas de plantios de eucalipto na região de Três Lagoas, Água Clara, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Ribas do Rio Pardo, analisando as causas dos incêndios florestais motivadas a partir das redes de energia elétrica”, explica o engenheiro Ajeje.
“Esse trabalho resultou em recomendações às concessionárias e às indústrias de papel e celulose. Agora, com ainda mais informações, poderemos contribuir para um Plano de Gerenciamento eficaz para nosso estado”.
Fonte: Da Redação/AGEMS