A indústria de revestimentos está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela necessidade urgente de reduzir o impacto ambiental de sua produção
A sustentabilidade é palavra de ordem em vários setores da economia, e a indústria de decoração não é exceção. No Brasil, onde quase 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos são gerados anualmente, a necessidade de soluções inovadoras e sustentáveis nunca foi tão urgente. Desse montante de resíduos, que consumiu R$ 30,5 bilhões em recursos públicos, apenas 4% são reciclados. Um terço, mais de 26 milhões de toneladas, vão parar em lixões a céu aberto, nos córregos, rios e mar.
Nesse cenário, a indústria de revestimentos está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela necessidade urgente de reduzir o impacto ambiental de sua produção. “Eu trabalho nesse setor há 30 anos e o impacto ambiental do que produzimos sempre foi uma preocupação. Passei a estudar o assunto para idealizar um carpete que fosse produzido a partir de material reciclado e que pudesse ser reaproveitado ao final da sua vida útil. Assim nasceu o Zyklus, o primeiro carpete sustentável do Brasil”, comenta o CEO de A Pérola dos Tapetes, Franklin Delgado.
Chegar até a fórmula do Zyklus, no entanto, demandou muito estudo. “Nas minhas pesquisas descobri que apenas 15% das garrafas PET produzidas no mundo eram recicladas. A maior parte vai parar na natureza e demora séculos para se degradar. Então, essa foi uma das primeiras opções de fonte de matéria-prima que consideramos. Todo o processo de produção foi feito em parceria com a Tapetes São Carlos”, detalha.
Dupla reciclagem
O Zyklus representa um marco na indústria de revestimentos. Cada metro quadrado do carpete consome, em média, um quilo de embalagens PET transformadas em fibras de poliéster para a confecção da superfície e também polipropileno reciclável para a base. “Quando chega ao fim da vida útil, O Zyklus não vira lixo. É recolhido e reciclado novamente, transformado em matéria-prima para novos produtos, como autopeças e isolantes térmicos, minimizando o impacto ambiental”, conta o empresário.
A criação de produtos 100% recicláveis é um avanço significativo para a indústria têxtil, que tradicionalmente tem um grande impacto ambiental devido ao uso intensivo de recursos e ao descarte em aterros sanitários. “Desenvolver um produto totalmente reciclável é essencial para garantir nossa participação no mercado futuro, comprometendo-nos com a sustentabilidade”, afirma Delgado.
Outra opção sustentável disponível no mercado é a linha de tapetes decorativos Eco Terra, da Tapetes São Carlos, que se degrada em até quatro anos em aterros sanitários ou compostagem industrial. Basta a ausência de oxigênio para que se inicie o processo de biodegradação.
Vinílicos
Os revestimentos vinílicos também aderiram à sustentabilidade. A Tarkett lançou, em 2018, o programa ReStart, que recolhe sobras e recortes dos seus produtos o reaproveitamento na fabricação de novos revestimentos.
A transformação da indústria de revestimentos é um exemplo claro de como a inovação e a sustentabilidade podem caminhar juntas para criar soluções que beneficiam tanto o meio ambiente quanto a sociedade. “À medida que mais empresas adotam essas práticas, a influência positiva se multiplica, reduzindo os impactos do setor no ambiente e construindo o caminho para um futuro mais verde e sustentável”, completa Delgado.
Fonte: Da Redação/Assessoria