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Equilíbrio entre versatilidade, personalidade e rusticidade faz dos bricks ótima escolha em revestimento

A estética imperfeita do material simula o efeito do tijolinho e compõe diferentes propostas decorativas em ambientes residenciais e comerciais

Encontrados em diversas tonalidades, os bricks se encaixam tanto com um décor inspirado em ares campestres, bem como o industrial, que segue em alta na preferência dos moradores de grandes cidades. Nessa sala de estrar projetada pelo arquiteto Gabriel Mazorra, o revestimento atua como pano de fundo para evidenciar a estrutura de serralheria e marcenaria | Projeto Mazorra Studio | Foto: Sébastien Abramin

Em meio a tantas referências do décor, uma dose de elementos rústicos é sempre muito bem-vinda nos projetos de arquitetura de interiores e entre essas possibilidades figura o brick, material que emula a aparência do tijolinho. Essa identificação advém da decoração industrial, que originário dos galpões industriais, que foram transformados em apartamentos, promove uma conexão natural com os moradores.

“O mercado de brick se expandiu à medida que as pessoas queriam trazer essa referência visual, mas nem sempre a edificação era constituída com o tijolinho para ser descascado e deixá-lo aparente e com suas imperfeições”, relata o arquiteto Gabriel Mazorra, responsável pelo Mazorra Studio. E na impossibilidade de ter o material em si, o brick é escolhido para protagonizar o revestimento de paredes nas tantas possibilidades do décor contemporâneo.

“Os bricks são versáteis e se encaixam basicamente em qualquer estilo de projeto. Por fazer referência a um material tão basilar de quase todas as culturas civilizadas do globo há milênios, ele pode estar presente desde uma leitura clássica, romana com colunas, capitéis e afrescos e em projeto industrial no estilo inglês com molduras”, aponta Mazorra. Tudo vai depender da conceituação do profissional com base na intenção no projeto e na realidade do cliente. “Uma paginação de junta a prumo resultará em ares modernistas, enquanto uma paginação de espinha de peixe pode ser mais relacionada ao retrô neoclássico francês”, reforça ele.

Seja em uma face maior ou em um pedaço, como a entrada desse apto realizada pelo arquiteto Gabriel Mazorra, o brick chama atenção por si. Para completar o décor, um quadro e luzes que deixam o ambiente ainda mais acolhedor | Foto: Gabriel Mazorra

Seja em uma face maior ou em um pedaço, como a entrada desse apto realizada pelo arquiteto Gabriel Mazorra, o brick chama atenção por si. Para completar o décor, um quadro e luzes que deixam o ambiente ainda mais acolhedor | Foto: Gabriel Mazorra

A regra é não ter regra

Escolher um ponto de destaque não tem erro! Pode ser a parede da TV, da churrasqueira, da bancada da cozinha… Determinar uma única face do ambiente para receber o revestimento é uma fórmula que dá certo e ajuda aqueles que buscam investir na tendência, mas que tem medo de errar.

Contudo, é o contexto do projeto que demandará onde os bricks devem ser colocados ou não.

Ao invés da tonalidade terrosa, o brick pode aparecer em cores, com esse efeito branco que preenche a parede da sala de jantar assinada pelo arquiteto Gabriel Mazorra | Foto: Sébastien Abramin

Ao invés da tonalidade terrosa, o brick pode aparecer em cores, com esse efeito branco que preenche a parede da sala de jantar assinada pelo arquiteto Gabriel Mazorra | Foto: Sébastien Abramin

O excesso, inclusive, também é aceito. Apesar de ser uma escolha que merece atenção, usar bricks em todo o cômodo, desde que faça sentido com o projeto ou seja a melhor solução, se traduz como um toque de ousadia. Assim, no equilíbrio sempre figura a chave do negócio. “De uma maneira geral, busco equilibrar o uso de revestimentos nos ambientes encaixando desenhos de piso com desenhos de forro, além de pontos ou linhas de iluminação. Uma composição de materiais bem dosados, combinados com uma geometria regulada e uma volumetria bem resolvida é fundamental até antes de apontar este ou aquele revestimento nesta ou naquela parede”, diz Gabriel.

Combinações

Hoje em dia, os bricks possuem uma vasta gama de cores e texturas, partindo do rústico, que se assemelham os tijolinhos, até aqueles com acabamentos planos e modernos. Com tamanha personalidade, eles assumiram um certo ‘poder’ no momento de decidir quais serão os demais materiais utilizados no projeto de interiores. Então, é sempre aconselhável selecionar o tom e o modelo do revestimento antes da pintura e da composição do ambiente. A madeira é uma queridinha e pode aparecer em diversas versões, das reais às plásticas e ecológicas, além das réguas de porcelanato.

Pedras como mármores, quartzitos e granitos podem funcionar também, porém as pedras brutas podem conflitar com a estética dos bricks por serem carregados de uma textura marcante. “Quase uma incompatibilidade de gênios”, conta Mazorra

Os bricks na área externa conversaram com o projeto de área social na varanda, que utiliza muita madeira no mobiliário | Foto: Gabriel Mazorra

Os bricks na área externa conversaram com o projeto de área social na varanda, que utiliza muita madeira no mobiliário | Foto: Gabriel Mazorra

Instalação e manutenção

De maneira geral, os bricks podem ser instalados em paredes rebocadas, mas também podem ser aplicados diretamente sobre uma parede previamente pintada, no caso de reformas. A fixação ocorre a partir do uso de argamassa, alguns precisam de rejunte e outros podem ser aplicados com junta seca.

Se necessário, alguns cortes nas peças podem ser feitos no próprio canteiro com as ferramentas adequadas. Isso acontece quando o tipo de revestimento escolhido possui diferenças nos tamanhos, a exemplo dos bricks feitos em argila, que passam por um processo diferenciado de queima. Enquanto isso, a manutenção é outra vantagem oferecida pelos bricks: dependendo do material, apenas o uso de água é o suficiente para a limpeza. O importante é tomar cuidado e ficar atento às instruções dos fornecedores para não usar qualquer substância que seja nociva ao revestimento.

Sobre o Mazorra Studio

Gerenciado pelo arquiteto Gabriel Mazorra, desenvolve projetos e executa obras de arquitetura de interiores, edificação e paisagismo nos segmentos residencial, comercial e corporativo.

É formado arquiteto urbanista pela Universidade Mackenzie em 2004 e pós-graduado pela FGV em 2012 no MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil. Atua em escritório próprio desde 2006, após ter acumulado experiência profissional com arquitetos renomados das áreas de arquitetura, paisagismo e interiores residenciais e corporativos desde 2002. Tomou a frente no desenvolvimento de projetos 3D com a tecnologia BIM já a partir de 2009, quando este método de construção virtual ainda estava longe de suplantar a tecnologia CAD.

Eternamente aprendendo a ler pessoas, atua em uma vasta gama de projetos de reforma e construção, aceitando o desafio de autoconhecimento e amadurecimento de linguagem arquitetônica própria.

Site: www.mazorra.com.br

Fonte: Da Redação/Assessoria/Mazorra

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